domingo, 15 de junho de 2014

O discurso mulherista Afreekano e o silenciamento das mulheres Pretas


24 comentários:

  1. Compreendi o texto em prol do feminismo, mas onde consta a crítica ao Mulherismo Africano e Amor Afrocentrado? quando se possui uma crítica no mínimo colocamos pontos que o diferem daquilo que acreditamos e o texto é deficiente no que confere a uma descrição dos parâmetros do Mulherismo Africano em relação do porquê que as mulheres negras não podem se afastar do feminismo!

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    1. Muito obrigada pelo comentário Jacqueline. Assim que possível vou reler o texto e pensar nos apontamentos que você fez. Aceito indicações de leituras ou um bom papo sobre o assunto. Muitas vezes escrevemos com sede de ir ao pote e podemos esquecer de ser didática para que todo mundo entenda o que esta dentro da cabeça, outras vezes são falhas mesmo. Muito obrigada pelo toque.

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    2. Curioso que este texto mulherista aqui não é considerado deficiente mesmo sendo tão raso e subjetivo:

      "Se tem uma coisa que eu aprendi com o mulherismo africana, (e que parece ser simples, mas que fez toda a diferença nesse caminho que é a busca pela afrocentricidade) é que eu, mulher preta, erro.

      A interpretação feminista, em especial a interpretação do feminismo negro, dava em mim a sensação de que tudo o que eu fizesse estava correto, porque eu “sou a base da pirâmide social” (como se eu fosse a base da pirâmide social sozinha) e, portanto, tinha o direito a tudo, sem jamais ser criticada. (E se um irmão preto me criticasse ou discordasse de mim era porque ele era um machista.)

      Quando eu li a Cleonora Hudson escrever sobre a necessidade de admitirmos que mulheres pretas também fazem coisas que afetam negativamente nossas comunidades, eu senti um desconforto gigantesco, porque eu sei que isso é real. Os erros dos homens pretos já estão mais do que debatidos e escrachados. E quanto a nós?

      Eu, mulher preta, erro. Eu, mulher preta, erro, e não abro mão disso. Eu, mulher preta, também já busquei o príncipe encantado branco, por exemplo, porque eu também fui exposta a um modelo ideal de beleza de homens e mulheres. Eu, mulher preta, admito que fui mais tolerante com os erros de um namorado branco que eu tive, e que minha relação com esse senhor foi a mais duradoura que tive na vida porque eu era mais condescendente com seus erros. Eu errei.

      Dizer “eu, mulher preta, erro” é me colocar de novo no campo do humano. Porque eu sou humana. Já tiraram nossa humanidade tantas vezes, não quero que a retirem de mim de novo. E, sendo humana, erro.

      Admitirmos isso é também tirar um peso gigantesco de nossas costas. Errar, e fraquejar, e não ser sempre forte e precisar dos irmãos quando as coisas estão muito difíceis é um alívio. Se só os erros de uma parte de nós são debatidos, como poderemos reerguer o nosso povo de novo? Ainda bem que o mulherismo africana existe!"

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  2. Não entendi algumas coisas, a exemplo de "devemos nos fortalecer entre as mulheres". Quais mulheres????

    Mulheres brancas não são opressoras, não??? Mulheres brancas têm os mesmos interesses que as mulheres negras???

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    1. Oi Gabriela.

      As mulheres brancas podem ser e são opressoras. Não é possível ser só negra, somos mulheres, somos negras e ainda temos que levar em conta a classe social e a sexualidade, então separamos no mínimo quatro características que vão nos dizer com quem devemos nos aliar. Raça, classe, gênero e sexualidade são o norte que uso para qualquer texto que escrevo. Infelizmente nós fomos divididos e eu acredito que devemos usar essas divisões para nos fortalecer. Acredito que espaços exclusivos são necessários e primordiais para o fortalecimento das lutas, nós enquanto mulheres temos muitas coisas em comum com as mulheres brancas, indígenas e de outras etnias. Nós fomos classificadas mulheres ao nascer e a partir disso nossa história começou a ser traçada enquanto reprodutoras, nós somos uma sub classe, todas nós em maior e menor grau somos vistas como fêmeas, valemos menos. Então enquanto mulheres podemos conversar e entender como é que o opressor fez isso, quais táticas usou e como ele nos iguala, só juntas é possível entender O que você preta tem em comum com aquela branca, todas são mulheres. Mas claro, de jeito nenhum ser mulher nos torna iguais, ainda existem outras características que nos separam: Sexualidade, religião, cor da pele, origem. Respeito quem acredita que não precisa se misturar com pessoas diferentes e prefere se guardar entre os seus, mas eu entendo que não é possível fazer isso e ao mesmo tempo melhorar o mundo em que vivemos porque vivemos no mesmo espaço. Eu indico a leitura do texto "As Fêmeas, o feminismo e o racismo estratégico" segue o link: http://servicodepreta.blogspot.com.br/2014/07/as-femeas-o-feminismo-e-o-racismo.html

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    2. Não consigo entender esse esforço de buscar similaridades entre mulheres brancas e negras. Chega a ser de uma colonização mental entristecedora. Continuo insistindo que não há em nossas pautas/interesses, nenhum ponto de encontro. Não discutimos aborto da mesma perspectiva por que há genocídio sendo perpetrado contra a comunidade negra, então mesmo abordando violência obstetrícia, não estamos falando da mesma coisa em hipótese alguma. Da mesma forma que questões afetas à sexualidade - tanto no sentido de como nos relacionamos com o sexo, quanto no sentido das homo/bi/transexualidade por que nossos corpos e nossa afetividade não tem o mesmo tratamento na sociedade racista que o corpo das brancas. A hipersexualização que nos atinge em nada se relaciona com a forma supostamente libertária que as mulheres brancas querem tratar: enquanto elas querem expor seus corpos, os nossos sempre tiveram super expostos pela coisificação. Todas as características que você mencionou que nos separam das mulheres brancas em algum ponto nos relaciona aos homens negros. Senão vejamos: sobre a sexualidade, o que dizer do imaginário coletivo de negão de pênis grande e bom de cama? Também não é um viés da hipersexualização? Sobre religiosidade: o que tem feito às mulheres brancas quanto à marginalização das religiões de matrizes africanas. E os homens negros, também não são afetados por isso???

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    3. Esses são só exemplos. O que quero dizer é que esse patriarcalismo que vivemos não foi criado por homens e mulheres que chegaram aqui pra ser escravizadas, então não tem como entrar numa lógica branca de absoluta oposição aos homens que não criaram esse sistema. Tá, não estou negando a existência de homens negros que tenham se apropriado desse sistema e tenham comportamentos condenáveis, mas afirmo que não são os homens negros que enriquecem e ocupam o poder. Quem se beneficia do machismo e do feminismo branco são sempre os/as brancos/as - há uma correlação de forças entre eles que nos ignora, invisibiliza isso quando não violentam incisivamente. Racismo e machismo são sistemas de poder dos quais somos todos vitimadas/os. Também não estou aqui querendo isentar da responsabilidade os homens negros, muito pelo contrário, se você se fato buscar fontes que não redes sociais para entender o que é mulherismo e afrocentricidade, vai compreeender que o que se buscar é chamar homens e mulheres negras para a co-responsabilidade de construir uma unidade que não violente nem homens, mas, sobretudo as mulheres negras. Tem homem preto problemático, sim, mas que faz o que for e nada hora H é abatido pelo racismo e não consegue entender que isso frequentemente acontece por que perdeu de vista a relação que deviam ter preservado com a comunidade negra em geral e as mulheres negras em específico. E isso vai ser um problema eterno pra gente enquanto ficarmos tratando das questões que nos afligem sob uma perspectiva eurocêntrica. É disso que o mulherismo fala e não de uma defesa de homem nenhum.
      Já reli seu texto e continuo buscando aonde é que se funda sua crítica ao mulherismo, à afrocentricidade e como e quando tais perspectivas/teorias pretendem aviltar em qualquer coisa a condição da mulher negra.

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  3. Preta, não consigo vislumbrar luta nenhuma que temos em comum com mulheres brancas. O feminismo de mulheres brancas em nada nos alcança ou contempla, muito pelo contrário. A idéia de sororidade foi criada por elas pra nos aglutinar em torno de questões dizem respeito a elas e sempre que tratamos de questões afetas à comunidade negra e às mulheres negras elas se omitem ou pior, tentam nos silenciar sob a alegação de que usamos a questão racial para criar um racha entre as mulheres. Na verdade, nunca houve coesão de pautas (ou melhor, de interesse) entre mulheres negras e brancas e esse "racha" está estabelecido historicamente pelos nossos lugares sociais e políticos de existência e de fala. Tenho em mim muito evidente o quanto as mulheres brancas são nocivas a nós mulheres negras tanto quanto o são os homens brancos. Não temos pautas comuns com as mulheres brancas, enquanto com os homens negros temos o racismo que nos afeta conjuntamente. Mesmo que por vias distintas, há opressões que nos atingem por um fato motivador comum que é o racismo. Me diga: quais opressões as mulheres negras passam que são comuns às mulheres brancas?? Será mesmo que há alguma opressão a qual fomos submetidas que não tenha a questão racial também incidindo?

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    1. Bem, nós temos em comum com as mulheres brancas o que já falei várias vezes no site: somos mulheres. E ser mulher nos trás muitas coisas em comum, muitas lutas em comum, é só pensar, por quais dores as mulheres passam? Temos em comum com as mulheres por serem mulheres, assim como nós. O que temos em comum com os homens? nada. Mas temos em comum com os negros porque são negros, e não porque são homens. Eu não trabalho com a ideia de sorosidade, trabalho com a ideia pratica de que proteção. Algumas questões só devem ser conversadas entre iguais, homens tem seus limites de entendimento sobre mulheres porque eles tem que manter seus interesses, quando uma mulher ( de qualquer etnia) é estuprada ou abandonada grávida , quem fez isso foi um homem, então é justo que se converse entre mulheres sobre o que fazer e como fazer, simplesmente porque homens tem suas proteções e um sempre vai ajudar o outro em casos de machismo, nessas horas eles viram todos irmãos.
      Com isso eu não defendo que as mulheres brancas são inocentes e que somos iguais, de jeito nenhum. Estas nos excluem porque somos negras, não preciso te explicar isso, você sabe bem, porém estas nos ajudam porque somos mulheres. Eu não falo de qualquer meio, de qualquer branca, eu falo de brancas feministas. Se tu for num coletivo feminista pedir abrigo porque seu companheiro te bateu, será acolhida. As mulheres brancas não são nossas irmãs, nós somos iguais, mas temos traços que nos colocam na linha limitrofe entre desigualdade e igualdade e eu não vou pregar que as mulheres negras odeiem as mulheres brancas e se separem por completo. Quem achar justo fazer esse recorte, que faça. Nós vivemos num mundo branco e precisamos entender como essa ferramenta funciona, as mulheres brancas não são iguais aos homens brancos, elas estão abaixo. Mulheres negras não são iguais aos homens negros, nós estamos abaixo, não é curioso que independente da etnia, as fêmeas ou pessoas do sexo feminino sejam tratadas como algo menor em relação aos machos?

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    2. Você acha que homens negros tem um entendimento limitado sobre mulheres negras e as mulheres negras nos entendem??? Que noção de família as mulheres brancas têm que nos contemple ou alcance??? Nossas famílias foram destruídas pela colonização e escravidão perpetrada por homens e mulheres brancas/os enquanto eles sempre fizeram de tudo para preservar seus laços. Ai as mulheres brancas resolveram que precisavam se libertar dos machos, não aguentavam mais cuidar da família, queria ir pra rua trabalhar e fazer sexo com pluralidade de parceiros e circunstâncias (a liberdade sexual). Ai, elas sairam pra disputar mercado de trabalho com os homens e colocaram/preservaram/perpeturam as mulheres negras no lugar social de escravizadas domésticas. E as mulheres negras que vieram de um histórico ancestral de sexo (forçado) com vários parceiros da época da colonização, vão falar de que liberdade sexual??? Temos mesmo alguma necessidade de afirmar nossos corpos como disponíveis para o sexo diversificado ou ele sempre esteve nessa hiper exposição? E essa tendência a negar a construção da família? Quem é que quer se desapegar da família?? Como eram e estão nossos laços familiares???
      Você já leu um texto de bell hooks (vivendo de amor) que fala do quanto nós negras/os fomos desconstruídos para a afetividade??? Como é que você quer dizer que mulheres brancas e negras são antes de tudo mulheres e que sofrem abandono, etc e se entendem??? Estamos falando da mesma coisa quando tratamento de afetividade, família, maternidade, paternidade, etc??? Tem certeza????

      Enfim, só estou pontuando essa série de coisas por que ainda não entendi a motivação do seu texto ser construído dessa forma, atirando no escuro.

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    3. Família já é patriarcado. Homem negro sempre foi machista, antes de brancos existirem.

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  4. Entendo perfeitamente o que você diz a respeito de fazer um mundo melhor, só não vejo essa construção sendo feito aliadas a quem também nos oprime por que seremos (estamos sendo) usadas. Sororidade não existe, isso é conversa fiada de feminista branca pra nos usar quando lhes convém e nos acusar de sectárias quando pautamos questão racial.

    Sobre espaços exclusivos, não é disso que se trata: estou falando de pensar em conjuntura e interesses. As mulheres brancas não têm interesse em nossas pautas por que, frequentemente, vão de encontro aos interesses delas. Por exemplo: a questão do trabalho e da emancipação financeira feminina. Como pode esta ser uma pauta universal quando ainda nesse país temos trabalho doméstico (uma extensão de trabalho escravo - relação escravagista)? Quando as feministas nas décadas de 70 e 80 reivindicavam acesso ao mercado de trabalho e igualdade de condições, de que mulheres estavam falando??? Das mulheres negras que já trabalhavam desde sempre e depois dessa inserção feminina (branca) no mercado de trabalho passou a ocupar um número ainda maior de postos de trabalho doméstico??? Discutir a regulamentação da Emenda Constitucional 72 (vulgo PEC das domésticas) interessa a feministas brancas que disputam altos cargos de trabalho com os homens (brancos) e deixam suas casas e filhos aos cuidados de outras mulheres (nergras)?

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    1. Sroridade não existe. Mas você acha justo mulheres serem usadas e tratadas com machismo em nome da irmandade afreekana? Os relatos que sei é de mulheres estupradas e silenciadas porque o estuprador é figura importante dentro dessa nossa construção africana(?), mulheres engravidando e ficando sozinhas porque o "bonito" não pode se comprometer, apanhando e sendo chamada de "piranha" pelos imbox do facebook. Homens pretos que não usam camisinha infectando mulher preta com doenças sérias e reivindicando pra eles, machos, o amor livre que irmandade é essa? que africanismo é esse? Assim como sororidade não existe, irmandade de cor como esta posta, não existe e só afasta as mulheres conscientes dessa realidade nociva pra nós.

      Exatamente pelos dois extremos não existirem é que nós precisamos entender o nosso lugar e onde buscar aliados. Homens negros são primeiramente homens. Ideologia do estupro, abandono e outras violências físicas e psicológicas. Eu já cansei de ver mulheres negras sofrendo do mesmo jeito e a ideologia só muddando de nome. Eu entendi que nós mulheres negras lutamos no mínimo em duas frentes, porque estas duas coisas nos excluem, e nessas duas frentes nós estamos sozinhas a maior parte do tempo porque entre nós há um monte de coisas que não nos permite união.

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  5. E descriminalização do aborto? Quando as feministas discutem isso, colocam na pauta a questão da violência obstetrícia que já mata e agride as mulheres negras para PARIR? O que lhes acontecerá para abortar??? Sim, as mulheres tem direito ao seu corpo... mas de que mulheres estamos falando??? Se não fazemos essa segunda pergunta, vamos acreditar que existe uma resposta universal para a primeira, e isso também não é verdade.

    Enfim, acho que temos um problema sério pra resolver na comunidade negra: se de um lado é verdade que existe machismo e que os homens negros aprenderam com o patriarcado branco a oprimir mulheres (????), de outro lado, há mulheres negras que aprenderam com o feminismo que temos no homem (branco e negro) um opositor. As mulheres brancas se opuseram aos homens por que as "proteções" que eles lhes proporcionavam, lhes cerceavam o direito de ser o que quisessem (solteira, trabalhadoras das mais diversas áreas, artistas, etc). Nós tivemos nossos corpos o tempo todo expostos, então não dá pra dizer que estamos falando da mesma coisa que as mulheres brancas, logo, também não podemos tomar os homens negros como opositor, posto que temos em comum o racismo pra driblar. Não estou negando os embates e problemas que existem entre a gente, só estou dizendo que se aliar a mulher branca é que não é a solução. Se você entende que espaços exclusivos não são construtivos, então não dá pra conceber que a SOLIDARIEDADE venha das mulheres brancas (que não tem pauta nenhuma em comum conosco) ao invés dos homens negros (que tem o racismo como estrutura de opressão que nos atinge conjuntamente).

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  6. Preta, eu não sei onde você costuma se informar sobre feminismo, mas sempre há a discussão do aborto e sempre há a discussão da violência obstetrícia. Talvez você esteja tendo acesso só ao feminismo acadêmico,daquelas mocinhas que nem sabe quem são e nunca lavaram o próprio banheiro, mas estas discussões acontecem e muitos movimentos feministas fazem pressão no governo. Faça uma busca melhor, amplie os olhares. Leia Jurema Werkeck e Sueli Carneiro, estas são feministas que criticam muito as mulheres brancas, mas são feministas aliadas e já conseguiram muitos avanços.

    Os meus inimigos são homens, os inimigos das mulheres são homens. Eles que abandonam suas parceiras, seus filhos, eles estupram, matam, batem e nós saímos como as erradas da história.

    Além de ver vários exemplos no mundo, cresci preta, acompahando minha mãe na delegacia, eu com 4 anos de idade, porque o marido dela, homem preto, espancava ela porque ele achava que ela tinha mais sucesso no emprego que ele. Ele não bebia e nem se drogava, batia porque ele dizia que tinha esse direito. Na delegacia, colocavam a culpa nela. Até os meus 13 anos de idade limpei as feridas da minha mãe, causadas por um homem, mas ela é só mais uma nas estatísticas que diz que a cada 5 minutos uma mulher é espancada no brasil e a cada duas horas uma mulher é assassinada. Movida pelo que sofri em casa, pelo que ouvia de gritos nas paredes, as vizinhas apanhando, me tornei feminista e fui estudar, são muitas agressões e a maioria de quem sofre é preta, mas todas que sofrem são mulheres.

    Eu defendo espaços exclusivos, sempre defendi, não entendi porque você acha que eu não defendo. Defendo espaços exclusivos para mulheres. E dentro desses espaços podem acontecem as desconstruções necessárias pra que vivamos bem. Assim como defendo espaços exclusivos para lésbicas e para negros. Cada parte de nós tem sua especificidade que será melhor discutida entre iguais, ninguém é uma coisa só, então os espaços exclusivos são muitos, cada um pra um assunto. Isso serve pra revigorar, dar energia e entender que nos somos fragmentos de várias partes do mundo.

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    1. Preta, onde me informo sobre feminismo são as mesmas fontes que você. Já que citou Sueli Carneiro e Jurema Werneck, estamos, nesse tocante, falando de pessoas competentíssimas nas discussões que fazem. Minha crítica toda foi a você afirmar que nós mulheres negras temos alguma relação com as mulheres brancas em nossas pautas e interesses. Ai, fica mais grave ainda você dizer que seus inimigos são os homens colocando no mesmo pacote homens brancos e negros como se mais uma vez estivéssemos falando da mesma coisa. Não sou nem pretendo ser inimiga dos homens negros (coletivamente), não tenho interesse nenhum em criar confronto direto com eles quando entendo que minha relação com eles não á a mesma que com homens brancos. E eu falo disso coletivamente, não estou querendo pontuar que a, b ou c são assim ou assado, estou falando o racismo como sistema de poder e como isso deturpou as nossas relações, inclusive nessa perspectiva de violências. Essa voracidade de um homem agredir uma mulher por que ela ganha mais tem como ser algo ideológico originariamente de uma perspectiva afrocentrada, sendo que na maioria absoluta das comunidade africanas as mulheres sempre trabalharam, haviam uma divisão do trabalho entre homens e mulheres na qual o sustento e organização da casa eram feita de forma compartilhada??? Isso falando antes da colonização. Ai após colonização e escravização aqui nas Américas por exemplo, as mulheres negras não trabalhavam não???? Então de onde vem ideologicamente esse problema com a mulher trabalhar??? Da comunidade africana diaspórica que não é. Quem teve crise existencial por que as mulheres começaram a trabalhar foi o povo branco. Entendo que a violência que você relatou foi efetuada por um homem negro, só estou te convidando a entender o fenômeno de uma forma macro, pra buscar uma solução pra isso de forma que não seja passar a ter os homens negros coletivamente como inimigos ao invés de tentar restaurar essa relação com eles de forma a não nos violentarmos, nem sacrificarmos a comunidade inteira. Já passou pela sua cabeça que essas nossos violências internas fazem parte de uma estrutura genocida que quer mais que nos matemos??

      Essa sua questão de criar espaços exclusivos é impalpável: ninguém é preto agora, mulher daqui a pouco, lésbica mais tarde, etc. Sinceramente, agora com esse seu último comentário fiquei bem confusa, preta. Bastante mesmo!!!!

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  7. Essa discussão está sensacional! Valeu mulherada preta! A gente tem aprender demais com vocês

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  8. Essa discussão está sensacional!

    Valeu mulherada preta! A gente tem que aprender muito com vocês!

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  9. Gabriela Ashanti Ramos,preta, de nome lindo! Rs
    Meu nome é Gabriela Vallim, sou uma africana na diáspora, uma rainha africana que devido a colonização não teve o direito de saber sua origem especifica. Me reconheci na afrocentricidade e me torno a cada dia mais mulherista africana, minha luta é pela reconstrução da comunidade negra e fortalecimento da nossa identidade enquanto povo. No ocidente em que a colonização mental se da de maneira tão perversa, ao ponto de muitos dos nossos não conseguirem enxergar as estratégias racistas para nosso extermínio, encontrar outras irmãs que compartilham dos mesmos anseios é no mínimo esperançoso e fortalecedor. Seus comentários nesse texto que é uma pseudo tentativa de problematizar o mulherismo, e simplesmente estou apaixonada. Por favor me faça contato, seu axé em cada palavra já fez crescer em mim uma profunda admiração por você. Ubuntu-Sou o que sou pelo que somos, rainha!
    Meu e-mail:gabrielavallim.cust@gmail.com
    Abraços!

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    1. Como pretende fazer isso já sendo branca por dentro? Vira-lata. Mestiça?

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  10. Texto reducionista e embranquecido. É uma pena, ter esse tipo de leitura, ainda mais si é escrita por uma mulher negra.
    Sobre os comentários: Gabriela que inspiração para tantas outras mulheres pretas! Valeu a pena ter lido os comentários. Afroabraços.

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  11. Revoltante, você insere mentiras onde bem entende, você fala nos comentários sobre um "pai negro". E começa outro texto no seu blog, falando sobre um "pai branco"
    http://servicodepreta.blogspot.com.br/2014/05/morena-preta-ou-parda.html

    Faça um favor.. . Reveja seus relatos e leia, na boa.
    Desacreditei no seu blog inteiro, afinal, você criou uma farsa nos seus comentários, pra descredibilizar. Que feio.. . muito feio isso.

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    1. Oi moça, eu não criei ou inventei nada. Você percebeu que eu coloquei "pai branco" entre aspas? Para minha familia meu pai era branco, porque ele tinha pele clara como a minha e olhos verdes. Pra eles se eu tivesse olhos verdes e cabelo menos crespo eu seria branca. Cresci ouvindo isso [ tão feia né? por pouco não se salva]. Pra mim o meu pai nunca foi branco. Eu só tenho uma foto dele, ele tinha a cor de pele bem parecida com a minha e olhos claros. Pra mim o meu pai era negro e a história de morte dele mostram que pra policia ele também era, já que foi assassinado sem nenhum motivo. Se quiser leia de novo o texto e perceba as aspas. Se não quiser é uma pena porque eu escrevia no blog do fundo do coração, dividi coisas bem pessoais porque o pessoal é politico.

      Colo aqui partes do texto:

      Eu sou filha de mãe negra e pai “ branco”. Minha mãe é uma mulher que sempre foi muito bonita, é muito elogiada e seu apelido desde jovem foi “ marrom”, por causa da cantora. "...Eu não conheci a família do meu pai, mas minha mãe conta que o pai dele era branco, bem branco, muito branco e de olhos azuis;..." "...Minha mãe sempre me disse que meu pai era branco. Eu só tenho uma foto dele, e ele não parece branco. .."

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  12. No minimo contraditório. Enfim, tem que ler mais e se inteirar, não embranquecer, se não vai fazer serviço a supremacia branca, como fez com esse texto. Abraços

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